Atalanta

01/04/2011 14:15

Atalanta - SC

 

Como tudo começou

Atalanta, município catarinense localizado no Alto Vale do Itajaí, integrante da Associação dos Muicípios do Alto Vale do Itajaí - AMAVI - teve sua colonização iniciada no ano de 1930, através do loteamento e venda de teras a cargo da Sociedade Colonizadora Catarinense S.A., Empresa de venda de lotes coloniais com sede social em Porto Alegre (RS), e com escritório de vendas em Ituporanga e Bom Retiro. além desta Empresa, participaram também deste processo as Empresas de terra Jensen e Bertoli.

Atalanta no início de sua colonização era denominada de SEDE DONA LUIZA, e mais tarde ficou conhecida como SERRA DO PITOCO.

há muitas versões do porquê de Serra do Pitoco, mas, pelo relato de pessoas de famílias de pioneiros, deu-se este nome ao vilarejo em formação, motivados pela existência de uma serra pitoca, ou seja, uma serra que termina abruptadamente e que se denomina Serra Pitoco, na divisa com o município de Petrolândia.

Atalanta foi colonizada por descendentes de imigrantes alemães, italianos e poloneses. Por que alguém sai de sua terra natal, onde já estava colocado e se aventura para lugares desconhecidos?

Um pouco pelo espírito de aventura, uma vez que na Serra Pitoco, era mata virgem, não havia estrada e tudo estava para ser feito. Umo outro motivo era a procura de terras férteis para o cultivo.

Os primeiros que para cá vieram, tiveram que derrubar o mato para poder construir um rancho para se abrigarem e para poder plantar. Derrubadas as árvores, era necessário serrá-las para se obter a madeira (tábuas) para construções. e isto era feito no braço. Derrubar árvores com machado, serrar a madeira, tudo manual. As casas eram de construção rudimentar, chão batido, cobertas com tabuinhas. Não haviam estradas, só picadas no meio do mato, abertas a facão e foice, sempre margeando os rios. As mudanças vinham em carros de bois e a viagem durava dias, em muitos casos até um mês, dependendo da localidade de onde vinham.

Muitas famílias optavam em vir primeiro, o chefe da casa para escolher o lote colonial, fazer a derrubada, construir um rancho para se abrigar.

E, muitos destes pioneiros, faziam a primeira roça e respectiva colheita, para só então, ir buscar a família.

Sempre que se falava na história de Atalanta, e nos pioneiros, nomeavam-se os que optavam por fixar moradia onde hoje é a sede do município e adjacências, esquecendo-se que Atalanta é formada pelas localidades de Dona Luiza, Ribeirão Matilde, Boa Vista (Atola), Rio Caçador, São João, São Miguel, Santo Antônio, Alto Dona Luiza, Vila Gropp e o Centro.

Observando-se a relação das primeiras famílias que para cá vieram, verifica-se que as primeiras famílias se fixaram em Dona Luiza, Ribeirão Matilde e Alto Dona Luiza, depois Santo Antônio e só então, na sede do vilarejo que se formava.

O espaço onde hoje se situa a cidade de Atalanta, seu e administrativo com seu perímetro urbano - também foi colonizado pela Sociedade Colonizadora Catarinense, através de venda de lotes urbanos. A cidade de Atalanta é uma cidade projetada, com ruas largas. A própria colonizadora elaborou o mapa com os respectivos lotes, com as ruas e avenidas já denominadas e com local já demarcado para uma praça, Igreja e cemitério.

Aos poucos, o povoado foi se desenvolvendo, estradas foram abertas, outras famílias para cá vieram, o comércio e a indústria foram crescendo e Serra Pitoco passou a ser Atalanta.

 

Fundação

O território de Serra Pitoco pertencia administrativamente ao munícipio de Ituporanga.

No ano de 1957, Serra Pitoco passou à categoria de Distrito do município de Ituporanga, recebendo o nome de Atalanta.

O Distrito de Atalanta, foi se desenvolvendo política e administrativamente, ao ponto de um de seus moradores, o senhor Virgilio Scheller, eleger-se prefeito do município de Ituporanga. Em razão deste desenvolvimento, em 18 de agosto de 1964, através da resolução nº 21, a Câmara de Vereadores do município de Ituporanga por unanimidade, cria o município de Atalanta, desmembrando-o de Ituporanga, mas integrado a Comarca de Ituporanga.

O processo de criação do município de Atalanta foi encaminhado à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina e, em 04 e dezembro de 1964, foi promulgada, pelo então, Deputado Estadual Ivo Silveira, Presidente da Assembléia Legislativa, a Lei nº 995 que criou o município de Atalanta. Foi relator do projeto de lei 163/64 que tinha por objetivo a criação do município de Atalanta, o Deputado Aureo Vidal Ramos.

Em 27 de dezembro de 1964, foi instalado o município de Atalanta.

Vale destacar que na ocasião em que a Câmara de Vereadores de Ituporanga criou o município de Atalanta, eram vereadores do Distrito de Atalanta, os senhores Miguel Scheller Filho e Fedolino May, os quais muito se empenharam para que o sonho de Atalanta ser município, se concretizasse.

Origem do Nome

Por que Serra do pitoco, quando passou à categoria de distrito, recebeu o nome de Atalanta?

Segundo informações do chefe de Agência do IBGE, na ocasião em que Serra do Pitoco passou à categoria de Distrito, então presidente da Câmara de Vereadores de Ituporanga, José Domingos Paglioli, que também era um dos Diretores da Sociedade Colonizadora Catarinense, quis homenagear os pais e avós que tinham vindo da Itália, justamente da cidade italiana que se chamava Atalanta. Portanto, o nome Atalanta é homenagem à cidade homônima italiana.

Colonização

Dona Luiza era uma extensa área de pinheiros da espécie araucária.

A maior parte das terras que hoje formam a Comunidade de Dona Luiza, pertencem a Luiz e Luiza Bertoli. Por isso, o nome de Dona Luiza. A Empresa de Terras Bertoli mandou Luiz Corbani com alguns operários para fazerem a primeira derrubada dos pinheiros e construir uma serraria, isto em 1925.

A alimentação era à base de feijão com arroz que era o que retiravam da terra. A caça também era abundante e alguns moradores tinham criação de galinha, suínos e bovinos.

Existiam muitos índios mas que não incomodavam.

Com a derrubada dos pinheiros os índios foram capturados e levados para a reserva de Ibirama. Segundo pessoas que anos mais tarde foram até a reserva, os índios que eram de Dona Luiza, conheciam todos os moradores pelo nome, sem nunca terem tido contato direto com as famílias.

Ribeirão Matilde foi colonizada a partir de 1930. Os primeiros moradores vieram em busca de terras férteis para o plantio. Assim também a sede do munícipio, Santo Antônio, São João e Alto Dona Luiza, foram igualmente colonizadas a partir de 1930.

A seguir, estão relacionadas as primeiras famílias que para cá vieram, assinalando o ano e o local de onde vieram e onde se estabeleceram:

Período 1925 a 1930:

 

Famílias Origem Destino
CORBANI, Luiz Ilhota Dona Luiza
VAVASSORI, Pedro, esposa Angela Luiz Alvez Dona Luiza
VAVASSORI, João, esposa Maria Luiz Alves Dona Luiza
RAZINI, José, esposa Angela Rio do Oeste Dona Luiza
PARMA, Antônio, esposa Vitória Jaraguá do Sul Dona Luiza
FEDER, Silvestre e esposa Tereza Luiz Alves Dona Luiza
DEMARCHI, Jacó e esposa Francisca Jaraguá do Sul Dona Luiza
SCHILICKMANN, Antonio Braço do Norte Dona Luiza
SCHILICKMANN, Gustavo Braço do Norte Dona Luiza
SILVERIO, * Braço do Norte Dona Luiza
VARGAS, Antonio F. e esposa Cândida Orleãs Ribeirão Matilde
MOLL, Rudolfo e esposa Ema Ituporanga Alto Dona Luiza
Berschinock, * Sto. Amaro Alto Dona Luiza
Scheffer, * Rancho Queimado Alto Dona Luiza

Período 1931 a 1940:

 

Famílias Origem Destino
MARCELINO, Pedro, esposa Josefa Ituporanga Dona Luiza
STEFFENS, João Pedro Ituporanga Alto Dona Luiza
HEIZEM, João M. e esposa EMA S. Braço do Norte Ribeirão Matilde
ROSA, * Braço do Norte Ribeirão Matilde
SEBOLD, J. Andre, esposa Ana Bügler Ituporanga Santo Antônio
BÜGLER, Pedro e esposa Ituporanga Santo Antônio
MEURER, Oscar J e esposa Adela I. Braço do Norte Sede
FREIESLEBEN, Walter Timbó Alto Dona Luiza
KOLLERT, Franz e esposa Maria Ituporanga Santo Antônio
XAFRANSKI, * Tubarão Ribeirão Matilde
MADALENA, * Norte Ribeirão Matilde
FRONZA, * * Ribeirão Matilde
SANTOS, * Tubarão *
BECKER, Evaldo e esposa Rosa Braço do Norte São Miguel
BACK, * Palhoça São Miguel
SCHULLE, * * *
PEZENTI, João, esposa Brigida Bocaina (Lages) Ribeirão Matilde
KLAUMANN, * * São Miguel
MIRANDA, * Tubarão Ribeirão Matilde
BARTH, Lindolfo Caeté (A. Wagner) Santo Antônio
FERRARI, * * *
SEBOLD, Pedro e esposa Frida Braço Perimbó Santo Antônio
SEBOLD, Carlos e esposa Braço Perimbó Alto Dona Luiza
SCHAEFFER, * Alfredo Wagner *
BROERING, * * *
SEBOLD, Alberto e esposa Braço Perimbó Santo Antônio
ESSER, Daniel P. e esposa Gertrudes * Vila Gropp

Famílias das quais não se tem o registro da origem e do ano de chegada em Atalanta, se estabeleceram em:

Alto Dona Luiza:

JAHN, Carlos e esposa Frida

JAHN, Fernando e esposa Paulina

DORPMÜLLER, Ernesto e esposa Sofia

Dona Luiza:

FONTANIVE, Fortunato e esposa Joana

FONTANIVE, Ricardo e esposa Ester

Ribeirão Matilde:

VOSS, Bernardo e esposa Maria

MEURER, Germano e esposa Guilhermina

São João:

ROHLING, Adolfo e esposa Maria

ENDER, Antonio e esposa Caroline

ENDER, Guilher e esposa Sofia

MEURER, Cipriano e esposa Lolita

CHIQUETTI, Joaquim e esposa Claudina

Santo Antônio:

AILLEN, Francisco e esposa Maria

SEBOLD, Fridolino e esposa Alvina J.

MARTHENTHAL, Karl

SENS, Matias

SENS, Wendelino e esposa Verônica

 

Turismo do Município de Atalanta


Fruto da conscientização dos agricultores, descendentes de alemães e italianos, a conservação da natureza acabou por dar à cidade a chance de desenvolver o turismo. Atalanta é cercada pela Mata Atlântica, atualmente reconstituída em 70% durante 15 anos de trabalho liderado por uma organização não-governamental (ong).

Na época, a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi) iniciou um trabalho junto aos moradores para fazê-los perceber a importância da preservação do verde. O resultado é exemplar.