Atalanta
Atalanta - SC
Como tudo começou
Atalanta, município catarinense localizado no Alto Vale do Itajaí, integrante da Associação dos Muicípios do Alto Vale do Itajaí - AMAVI - teve sua colonização iniciada no ano de 1930, através do loteamento e venda de teras a cargo da Sociedade Colonizadora Catarinense S.A., Empresa de venda de lotes coloniais com sede social em Porto Alegre (RS), e com escritório de vendas em Ituporanga e Bom Retiro. além desta Empresa, participaram também deste processo as Empresas de terra Jensen e Bertoli.
Atalanta no início de sua colonização era denominada de SEDE DONA LUIZA, e mais tarde ficou conhecida como SERRA DO PITOCO.
há muitas versões do porquê de Serra do Pitoco, mas, pelo relato de pessoas de famílias de pioneiros, deu-se este nome ao vilarejo em formação, motivados pela existência de uma serra pitoca, ou seja, uma serra que termina abruptadamente e que se denomina Serra Pitoco, na divisa com o município de Petrolândia.
Atalanta foi colonizada por descendentes de imigrantes alemães, italianos e poloneses. Por que alguém sai de sua terra natal, onde já estava colocado e se aventura para lugares desconhecidos?
Um pouco pelo espírito de aventura, uma vez que na Serra Pitoco, era mata virgem, não havia estrada e tudo estava para ser feito. Umo outro motivo era a procura de terras férteis para o cultivo.
Os primeiros que para cá vieram, tiveram que derrubar o mato para poder construir um rancho para se abrigarem e para poder plantar. Derrubadas as árvores, era necessário serrá-las para se obter a madeira (tábuas) para construções. e isto era feito no braço. Derrubar árvores com machado, serrar a madeira, tudo manual. As casas eram de construção rudimentar, chão batido, cobertas com tabuinhas. Não haviam estradas, só picadas no meio do mato, abertas a facão e foice, sempre margeando os rios. As mudanças vinham em carros de bois e a viagem durava dias, em muitos casos até um mês, dependendo da localidade de onde vinham.
Muitas famílias optavam em vir primeiro, o chefe da casa para escolher o lote colonial, fazer a derrubada, construir um rancho para se abrigar.
E, muitos destes pioneiros, faziam a primeira roça e respectiva colheita, para só então, ir buscar a família.
Sempre que se falava na história de Atalanta, e nos pioneiros, nomeavam-se os que optavam por fixar moradia onde hoje é a sede do município e adjacências, esquecendo-se que Atalanta é formada pelas localidades de Dona Luiza, Ribeirão Matilde, Boa Vista (Atola), Rio Caçador, São João, São Miguel, Santo Antônio, Alto Dona Luiza, Vila Gropp e o Centro.
Observando-se a relação das primeiras famílias que para cá vieram, verifica-se que as primeiras famílias se fixaram em Dona Luiza, Ribeirão Matilde e Alto Dona Luiza, depois Santo Antônio e só então, na sede do vilarejo que se formava.
O espaço onde hoje se situa a cidade de Atalanta, seu e administrativo com seu perímetro urbano - também foi colonizado pela Sociedade Colonizadora Catarinense, através de venda de lotes urbanos. A cidade de Atalanta é uma cidade projetada, com ruas largas. A própria colonizadora elaborou o mapa com os respectivos lotes, com as ruas e avenidas já denominadas e com local já demarcado para uma praça, Igreja e cemitério.
Aos poucos, o povoado foi se desenvolvendo, estradas foram abertas, outras famílias para cá vieram, o comércio e a indústria foram crescendo e Serra Pitoco passou a ser Atalanta.
Fundação
O território de Serra Pitoco pertencia administrativamente ao munícipio de Ituporanga.
No ano de 1957, Serra Pitoco passou à categoria de Distrito do município de Ituporanga, recebendo o nome de Atalanta.
O Distrito de Atalanta, foi se desenvolvendo política e administrativamente, ao ponto de um de seus moradores, o senhor Virgilio Scheller, eleger-se prefeito do município de Ituporanga. Em razão deste desenvolvimento, em 18 de agosto de 1964, através da resolução nº 21, a Câmara de Vereadores do município de Ituporanga por unanimidade, cria o município de Atalanta, desmembrando-o de Ituporanga, mas integrado a Comarca de Ituporanga.
O processo de criação do município de Atalanta foi encaminhado à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina e, em 04 e dezembro de 1964, foi promulgada, pelo então, Deputado Estadual Ivo Silveira, Presidente da Assembléia Legislativa, a Lei nº 995 que criou o município de Atalanta. Foi relator do projeto de lei 163/64 que tinha por objetivo a criação do município de Atalanta, o Deputado Aureo Vidal Ramos.
Em 27 de dezembro de 1964, foi instalado o município de Atalanta.
Vale destacar que na ocasião em que a Câmara de Vereadores de Ituporanga criou o município de Atalanta, eram vereadores do Distrito de Atalanta, os senhores Miguel Scheller Filho e Fedolino May, os quais muito se empenharam para que o sonho de Atalanta ser município, se concretizasse.
Origem do Nome
Por que Serra do pitoco, quando passou à categoria de distrito, recebeu o nome de Atalanta?
Segundo informações do chefe de Agência do IBGE, na ocasião em que Serra do Pitoco passou à categoria de Distrito, então presidente da Câmara de Vereadores de Ituporanga, José Domingos Paglioli, que também era um dos Diretores da Sociedade Colonizadora Catarinense, quis homenagear os pais e avós que tinham vindo da Itália, justamente da cidade italiana que se chamava Atalanta. Portanto, o nome Atalanta é homenagem à cidade homônima italiana.
Colonização
Dona Luiza era uma extensa área de pinheiros da espécie araucária.
A maior parte das terras que hoje formam a Comunidade de Dona Luiza, pertencem a Luiz e Luiza Bertoli. Por isso, o nome de Dona Luiza. A Empresa de Terras Bertoli mandou Luiz Corbani com alguns operários para fazerem a primeira derrubada dos pinheiros e construir uma serraria, isto em 1925.
A alimentação era à base de feijão com arroz que era o que retiravam da terra. A caça também era abundante e alguns moradores tinham criação de galinha, suínos e bovinos.
Existiam muitos índios mas que não incomodavam.
Com a derrubada dos pinheiros os índios foram capturados e levados para a reserva de Ibirama. Segundo pessoas que anos mais tarde foram até a reserva, os índios que eram de Dona Luiza, conheciam todos os moradores pelo nome, sem nunca terem tido contato direto com as famílias.
Ribeirão Matilde foi colonizada a partir de 1930. Os primeiros moradores vieram em busca de terras férteis para o plantio. Assim também a sede do munícipio, Santo Antônio, São João e Alto Dona Luiza, foram igualmente colonizadas a partir de 1930.
A seguir, estão relacionadas as primeiras famílias que para cá vieram, assinalando o ano e o local de onde vieram e onde se estabeleceram:
Período 1925 a 1930:
Famílias | Origem | Destino |
CORBANI, Luiz | Ilhota | Dona Luiza |
VAVASSORI, Pedro, esposa Angela | Luiz Alvez | Dona Luiza |
VAVASSORI, João, esposa Maria | Luiz Alves | Dona Luiza |
RAZINI, José, esposa Angela | Rio do Oeste | Dona Luiza |
PARMA, Antônio, esposa Vitória | Jaraguá do Sul | Dona Luiza |
FEDER, Silvestre e esposa Tereza | Luiz Alves | Dona Luiza |
DEMARCHI, Jacó e esposa Francisca | Jaraguá do Sul | Dona Luiza |
SCHILICKMANN, Antonio | Braço do Norte | Dona Luiza |
SCHILICKMANN, Gustavo | Braço do Norte | Dona Luiza |
SILVERIO, * | Braço do Norte | Dona Luiza |
VARGAS, Antonio F. e esposa Cândida | Orleãs | Ribeirão Matilde |
MOLL, Rudolfo e esposa Ema | Ituporanga | Alto Dona Luiza |
Berschinock, * | Sto. Amaro | Alto Dona Luiza |
Scheffer, * | Rancho Queimado | Alto Dona Luiza |
Período 1931 a 1940:
Famílias | Origem | Destino |
MARCELINO, Pedro, esposa Josefa | Ituporanga | Dona Luiza |
STEFFENS, João Pedro | Ituporanga | Alto Dona Luiza |
HEIZEM, João M. e esposa EMA S. | Braço do Norte | Ribeirão Matilde |
ROSA, * | Braço do Norte | Ribeirão Matilde |
SEBOLD, J. Andre, esposa Ana Bügler | Ituporanga | Santo Antônio |
BÜGLER, Pedro e esposa | Ituporanga | Santo Antônio |
MEURER, Oscar J e esposa Adela I. | Braço do Norte | Sede |
FREIESLEBEN, Walter | Timbó | Alto Dona Luiza |
KOLLERT, Franz e esposa Maria | Ituporanga | Santo Antônio |
XAFRANSKI, * | Tubarão | Ribeirão Matilde |
MADALENA, * | Norte | Ribeirão Matilde |
FRONZA, * | * | Ribeirão Matilde |
SANTOS, * | Tubarão | * |
BECKER, Evaldo e esposa Rosa | Braço do Norte | São Miguel |
BACK, * | Palhoça | São Miguel |
SCHULLE, * | * | * |
PEZENTI, João, esposa Brigida | Bocaina (Lages) | Ribeirão Matilde |
KLAUMANN, * | * | São Miguel |
MIRANDA, * | Tubarão | Ribeirão Matilde |
BARTH, Lindolfo | Caeté (A. Wagner) | Santo Antônio |
FERRARI, * | * | * |
SEBOLD, Pedro e esposa Frida | Braço Perimbó | Santo Antônio |
SEBOLD, Carlos e esposa | Braço Perimbó | Alto Dona Luiza |
SCHAEFFER, * | Alfredo Wagner | * |
BROERING, * | * | * |
SEBOLD, Alberto e esposa | Braço Perimbó | Santo Antônio |
ESSER, Daniel P. e esposa Gertrudes | * | Vila Gropp |
Famílias das quais não se tem o registro da origem e do ano de chegada em Atalanta, se estabeleceram em:
Alto Dona Luiza:
JAHN, Carlos e esposa Frida
JAHN, Fernando e esposa Paulina
DORPMÜLLER, Ernesto e esposa Sofia
Dona Luiza:
FONTANIVE, Fortunato e esposa Joana
FONTANIVE, Ricardo e esposa Ester
Ribeirão Matilde:
VOSS, Bernardo e esposa Maria
MEURER, Germano e esposa Guilhermina
São João:
ROHLING, Adolfo e esposa Maria
ENDER, Antonio e esposa Caroline
ENDER, Guilher e esposa Sofia
MEURER, Cipriano e esposa Lolita
CHIQUETTI, Joaquim e esposa Claudina
Santo Antônio:
AILLEN, Francisco e esposa Maria
SEBOLD, Fridolino e esposa Alvina J.
MARTHENTHAL, Karl
SENS, Matias
SENS, Wendelino e esposa Verônica
Turismo do Município de Atalanta
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Fruto da conscientização dos agricultores, descendentes de alemães e italianos, a conservação da natureza acabou por dar à cidade a chance de desenvolver o turismo. Atalanta é cercada pela Mata Atlântica, atualmente reconstituída em 70% durante 15 anos de trabalho liderado por uma organização não-governamental (ong).
Na época, a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi) iniciou um trabalho junto aos moradores para fazê-los perceber a importância da preservação do verde. O resultado é exemplar.